Quando eu passei a porta ela acordou. O primeiro
som que lhe saiu da boca foi um grito de medo...
Mal eu fechara a porta, bateram nela. Era um bando
de libertinos meus companheiros que voltavam da orgia. Reclamaram que abrisse.
Fechei a moça no meu quarto — e abri.
Meia hora depois eu os deixava na sala bebendo
ainda.
A turvação da embriaguez fez que não notassem minha
ausência.
Quando entrei no quarto da moça vi-a erguida. Ria
de um rir convulso como a insânia, e frio como a folha de espada. Trespassava
de dor o ouvi-la.
Lá estava ela, depois de toda confusão com o
namorado musculoso do qual eu não me parecia. E de certa forma me orgulha por
tal.
Sempre depois das brigas ela me procurava para conversar.
E no fim aquele sorriso no rosto dela e
eu continuava com meu coração calado, desejando ter saído para beber com os
loucos que continuavam a enlouquecer na sala de estar.
Não hoje, olhei-a nos olhos e vi que estava rindo
por tristeza. As piadas do momento e tudo mais dessa vez não a fizeram
esquecer.
Observando ela ao redor do quarto, percebemos
estar a sós. Lembrei-me por um único estante as tarde de quando erámos jovens
que nunca imaginara perde-la para outro alguém.
Ela me pediu algo para comer e beber. Depois de ter
ouvido toda a confusão vinda do outro Comodo, deve tê-la dado vontade de se
juntar, mas não estava em condições para isso.
Indo a cozinha, notei que meus companheiros não
estavam mais lá, provavelmente teriam saído para comprar mais álcool. E estava
certo, pois não havia nada que pudesse ser consumido dentro da despensa.
Ao menos estávamos sozinhos para conversar.
Peguei alguns salgadinhos que encontrei no fundo
da gaveta e leve os para ela, no caminho pensava em como tudo tinha mudado e
como aquele poderia ser o momento certo.
O medo e as duvidas eram tão grandes dentro de mim
que ao chegar ao quarto, não dava mais tempo de pensar e falar, pois ela já começara
a me pergunta.
Como cheguei a esse ponto?-Ela mesma se perguntou,
direcionando-se a mim. Como pude ir tão longe?
Em minha mente eu sabia todas as respostas, mas
não havia palavras no mundo naquele momento que as traduzisse. Sentei ao seu
lado e beijei-a. Depois um longo abraço e ela chorava.
Perguntou-me a quanto tempo aquilo existia dentro
de mim, e respondi-lhe mostrando-lhe a cicatriz do dia que a salvei de um
cachorro.
Ela entendeu que os anos de amizade incondional
não eram à toa. E a parti daquele momento percebi que ela também me amava.
Ao sairmos meus amigos voltaram do mercado com
latas e latas de cerveja nas mãos.
Sabia eu, que a noite seria longa para eles, porem
uma eternidade não vivida para mim.
Valentina.(part.Alvarez de Azevedo)
Esse texto surgiu para um trabalho de redação na escola.O objetivo era continuar um texto já iniciado do Alvarez de Azevedo, me identifiquei com o texto porque se parece bastante com os textos e poemas de muitos blogueiros que sigo e admiro seus trabalhos.O mais legal do exercicio foi ver como cada pessoa teve uma visão diferente em relação a duas pessoas de sexos opostos sozinhos num mesmo comodo.Mostrando-nos como existem diferentes pontos de vista sobre assuntos que pensamos já estar esclarecidos.
Você erra muito em gramática, mas a narrativa é ótima!
ResponderExcluirThais Lírio.