sexta-feira, 4 de maio de 2012

Como todos amigos


Quando eu passei a porta ela acordou. O primeiro som que lhe saiu da boca foi um grito de medo...

Mal eu fechara a porta, bateram nela. Era um bando de libertinos meus companheiros que voltavam da orgia. Reclamaram que abrisse.

Fechei a moça no meu quarto — e abri.

Meia hora depois eu os deixava na sala bebendo ainda.

A turvação da embriaguez fez que não notassem minha ausência.
Quando entrei no quarto da moça vi-a erguida. Ria de um rir convulso como a insânia, e frio como a folha de espada. Trespassava de dor o ouvi-la.

Lá estava ela, depois de toda confusão com o namorado musculoso do qual eu não me parecia. E de certa forma me orgulha por tal.

Sempre depois das brigas ela me procurava para conversar. E no fim aquele sorriso no rosto dela  e eu continuava com meu coração calado, desejando ter saído para beber com os loucos que continuavam a enlouquecer na sala de estar.

Não hoje, olhei-a nos olhos e vi que estava rindo por tristeza. As piadas do momento e tudo mais dessa vez não a fizeram esquecer.

Observando ela ao redor do quarto, percebemos estar a sós. Lembrei-me por um único estante as tarde de quando erámos jovens que nunca imaginara perde-la para outro alguém.

Ela me pediu algo para comer e beber. Depois de ter ouvido toda a confusão vinda do outro Comodo, deve tê-la dado vontade de se juntar, mas não estava em condições para isso.

Indo a cozinha, notei que meus companheiros não estavam mais lá, provavelmente teriam saído para comprar mais álcool. E estava certo, pois não havia nada que pudesse ser consumido dentro da despensa.
Ao menos estávamos sozinhos para conversar.

Peguei alguns salgadinhos que encontrei no fundo da gaveta e leve os para ela, no caminho pensava em como tudo tinha mudado e como aquele  poderia ser o momento certo.

O medo e as duvidas eram tão grandes dentro de mim que ao chegar ao quarto, não dava mais tempo de pensar e falar, pois ela já começara a me pergunta.

Como cheguei a esse ponto?-Ela mesma se perguntou, direcionando-se a mim. Como pude ir tão longe?

Em minha mente eu sabia todas as respostas, mas não havia palavras no mundo naquele momento que as traduzisse. Sentei ao seu lado e beijei-a. Depois um longo abraço e ela chorava.

Perguntou-me a quanto tempo aquilo existia dentro de mim, e respondi-lhe mostrando-lhe a cicatriz do dia que a salvei de um cachorro.

Ela entendeu que os anos de amizade incondional não eram à toa. E a parti daquele momento percebi que ela também me amava. 

Saiamos pela porta e dessa vez só voltamos no outro dia.
Ao sairmos meus amigos voltaram do mercado com latas e latas de cerveja nas mãos.

Sabia eu, que a noite seria longa para eles, porem uma eternidade não vivida para mim.
                                                                
                                                                                                           Valentina.(part.Alvarez de Azevedo)

Esse texto surgiu para um trabalho de redação na escola.O objetivo era continuar um texto já iniciado do Alvarez de Azevedo, me identifiquei com o texto porque se parece bastante com os textos e poemas de muitos blogueiros que sigo e admiro seus trabalhos.O mais legal do exercicio foi ver como cada pessoa teve uma visão diferente em relação a duas pessoas de sexos opostos sozinhos num mesmo comodo.Mostrando-nos como existem diferentes pontos de vista sobre assuntos que pensamos já estar esclarecidos.

Um comentário:

  1. Você erra muito em gramática, mas a narrativa é ótima!
    Thais Lírio.

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