quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Dia de Passeio.

    Toda escola tem um dia para passeio. Aula fora,visita ao museu ou nadar na piscina de algum clube, não importa. A escola fica vazia e apenas os mais Nerd ou desavisados aparecem para a aula. Faço parte do grupo de desavisados, e estava hoje entre os 18 alunos de 40 na minha sala da aula.
    Levando em conta que as aulas foram de grande ajuda para o fim do ano, o dia foi interessante.
   A hora do intervalo, sempre se baseou em comer algum salgado sem gosto, ler um livro ou conversar sobre assuntos que surgem do nada sobre o final de semana. Mas como não tinha pessoas para conversar, nem dinheiro na carteira, encontrei um lugar esquecido dentro do prédio. Não estudam crianças com menos de 12 anos por lá e aquele lugar ainda conhecido como Biblioteca é tão inexplorado como a matéria de matemática do ano que vem. Ninguém se importa com ambas.
   Por sorte o celular estava com bateria e a trilha sonora fazia com que a terapia de arrumar os livros na estante e encontrar títulos infantis, fizessem com que a nostalgia pairasse no ar como oxigênio, respirável.
   O acervo da escola é bem grande, e pretendo terminar com a arrumação até o fim do ano. Não estou ganhando nada que dê para comprar uma bala, mas o prazer do silencio e das letras e novos nomes nunca antes vistos faz com que as próximas aulas sejam mais proveitosas.
     Se pudesse mudar algo naquela sala, com tapete grande e mesas redondas seria a inclusão de uma máquina de café expresso. Entretanto, passaria mais tempo dentro daquele lugar do que na minha própria casa.
        Livros didáticos,infantis,revistas e exemplares são algumas das opções a muito tempo não exploradas que existem nas prateleiras. É incrível o desperdício com algo que poderia estar transformando crianças, como um dia me transformou. Não sou nenhuma pessoa muito culta, sinto-me até mesmo ignorante em certos assuntos. Mas quando se tem 16 anos e não pode simplesmente pegar o primeiro avião, ônibus ou balão para uma aventura, os livros se abrem, como que se cada letra formasse imagens,histórias e sonhos levando-me para um lugar onde passo bastante parte do meu dia : O mundo da Imaginação.
       O sinal tocou e tentei me recusar a sair daquela poeira de páginas amareladas, mas o real motivo para a volta a sala de aula, foi a possível presença de um rato dentro das gavetas da mesa da recepção. Ainda não sei ao certo, mas ouvi barulho desse bicho sujo. Amanhã quando continuar minha terapia, talvez ele apareça e bata um papo comigo, me conte alguma coisa engraçada sobre aquele lugar. Mas sinceramente, se ele não aparecer falando em português, espero que ele não vá. Não quero me assustar e ter medo de voltar para aquela sala. Apesar da poeira e da bagunça, tem sido melhor que muita conversar mentirosa.


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